6.3.08

Cansaço de uma noite








Acordei, mais uma vez, exausta. Desde o dia em que tu foste que me roubas todas as minhas noites. E já passaram dias, semanas, meses até. Levanto-me e enfrento mais um dia, sem ti, mas com muito de mim. E desde cedo que desejo que volte novamente a escuridão, para me despir de mim, de todos os meus trabalhos, de todos os meus problemas. E poder fazer tudo o que não fiz na noite anterior. Embrulhar-me, bem quentinha, nos cobertores, saborear o meu silêncio e não pensar. Em nada nem em ninguém. Para, logo em seguida, adormecer. Mas sei que, quando ela finalmente chegar, tu também virás. Irás destapar-me, outra vez, dos meus cobertores. Irás quebrar, novamente, o meu silêncio. Sinto-me desgastada. Perdi-te do dia, para me encontrar contigo de noite. Duma noite que agora quero só minha.

(foto de Nanã Sousa Dias em olhares)

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