19.1.09

dos nossos sonhos de crianças...


Nascemos. Todos os primeiros passos foram dados em paralelo. Nem mesmo a distância que sempre se asseverou conseguiu que os nossos caminhos divergissem. Brincámos. Dias passados sem sair daquele quarto. Desde cedo que nos tornámos grandes democratas, lembras-te? Passávamos horas em eleições para decidir como gastar o nosso tempo com qualidade. Zangávamo-nos. E logo aprendemos a saber entender-nos sem os ensinamentos dos adultos. Crescemos. Bom, éramos meras adolescentes, com males de amores, fantasiando um cavalo branco com o príncipe encantado. Lembras-te das cartas que escondíamos dentro dos livros que entregávamos ao meu pai para levar à outra? Agora me questiono se alguma vez ele descobriu este nosso truque e se leu os nossos segredos. Envergonha-me. Éramos tão inocentes!

A distância física encurtou-se. Houve momentos de uma histérica dependência, houve zangas, houve amuos, houve saudade. Houve saber lidar com as nossas diferenças, que são tantas!

Há pouco mais de três anos levei-te de encontro ao teu príncipe encantado. Sem cavalo branco, mas repleta das nossas eternas fantasias. Agora resolveste fazer a derradeira caminhada. Não quererás ir a galope no tal cavalo branco que sempre fantasiámos. Mas queres continuar a ter-me a teu lado e aos nossos sonhos de crianças. E isso enobrece-me. Ontem fiquei sem palavras, sem reacções, mas cheia de sentimentos.

Amores-perfeitos? Quero acreditar que nunca irão enfraquecer. E quero vê-los sempre coloridos, quando olhar pela minha janela, na direcção da tua.

(imagem achada pelo Google)

2 comentários:

Sofizita disse...

Por vezes tenho a sensação que passaste ao lado de uma grande carreira de escritora... :)

6to100tido disse...

Mas é isso que eu faço no meu dia a dia: brincar com palavras! ;)