daqui
Uma brisa assobia por uma
gruta esquecida...
Ouço o pranto de uma criança...
Procuro uma alma perdida
Qual montanha longínqua,
Qual viagem sem fim
Qual o segredo que aprisionei em mim?
Revolta? Apenas lamento!
Alegria? Sofrimento!
Indiferença? Apenas o tormento
De um espírito que esconde alguém
Revelado por ninguém
Paro, por breves e penosos momentos
Procurando resposta
A todos os meus pensamentos
Divagando por receios e loucuras,
Por teias e ninhos destroçados,
Encontro fantasmas e fúrias,
Memórias de elos separados.
Tempos que não recordo,
Trazem-me outro ser estranho e sombrio,
Inocente e sofredor;
Um mar caminhando para o rio
Ria-me quando a vontade era de chorar
Combatia a dor com a expressão
De um soldado que chora por matar.
Mas neste sítio desconhecido
Onde as aves aprenderam a falar,
Onde os peixes aprenderam a voar,
Sinto-me prisioneiro...
Barqueiro, que segura o leme
na tempestade sem abrigo
Onde o sol de inverno anúncia perigo.
De repente no meio da escuridão
Meu olhar descobre a imagem,
Distante e amiga,
De uma alma de coragem.
Erguendo-me ao encontro
da púrpura madrugada,
Daqueles olhos risonhos
Dos segredos que ela guarda
Sinto uma paz, um conforto,
Uma esperança refrescada.
Cada movimento tem lembrança, carinho.
Cada palavra é um chilrear alegre
De um passarinho.
Mas os seu sorriso transparente
Esconde o segredos de uma alma carente:
De sonhos, de liberdade,
Da terra e do mar,
Do céu e luar,
De palavras, de sentimentos, de amizade.
De quem será aquele ohar?
Uma voz terna e meiga responde-me a cantar
Sarando a ferida indolor da saudade:
-Trago-te a eterna e verdadeira amizade.
Embriagando-me com a sua mensagem
Resgatando a minha terrível mágoa.
Traz-me a esta última passagem
O encontro de um sentimento puro como água.
Foi então que descobri
Um tesouro maior que todo o ouro
Maior que toda a intriga
Descobri o tesouro de uma Voz Amiga.
Dedicado a uma verdadeira amiga
LA
Esta semana, recebi o telefonema de um amigo.
Estou habituada ao telefonema anual, da Véspera de Natal, mas desta vez o motivo era outro, um convite de casamento.
Que feliz fiquei, o meu amigo vai casar.
Tais acontecimentos, fizeram-me voltar no tempo, recordar histórias passadas, vivências esquecidas. Foi quando me lembrei deste poema, que um dia me havia oferecido.
Espero que gostem tanto como eu...
26.2.06
Voz Amiga
Percorrida por olhos postos às 23:29
Apeadeiros: olhos postos
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