31.3.06

Quilómetro Zero


de EmparaLeLo

Ó olhos postos, se te perguntarem onde fui, diz que estou por ali...

30.3.06

As Quotas


do sítio do costume

No dia em que se discute a lei da paridade na AR, assunto fracturante pelo que dizem aí, cabe a mim dar também a minha opinião. Sou contra as quotas! Sou pela igualdade. Defendo que todas as mulheres possam exercer todos os cargos, tal como todos os homens o possam também (sim, porque eles também têm o direito de ficar em casa a passar a ferro!). Mas conseguir um lugar só porque uma lei assim o exige, não considero isso uma igualdade, nem um desenvolvimento de mentalidades. Penso que deveria ser natural em todos os partidos, instituições, empresas, que a proporção homens/mulheres tendesse a nivelar pela unidade como já acontece nas Universidades, que outrora eram frequentadas por homens e onde agora as mulheres já estão em maioria. Mas fazer isso porque uma lei assim o obriga, isso não. Nós temos valor, conseguimos chegar tão longe como qualquer homem, temos capacidade de assumir responsabilidades, etc., sem que para isso necessitemos de uma mãozinha que nos empurre.

E se tal lei vai avante impediremos uma série de direitos que a todos assistem. Por exemplo, se os antigos combatentes do ultramar quisessem formar um partido? Poriam as suas mulheres nas listas? Ou se os homens com disfunção eréctil quisessem formar a Liga dos homens com disfunção eréctil? Quem seriam os 33,3% de mulheres e o que fariam? E até mesmo, o que aconteceria a este blogue? Este blogue é 100% feminino. Será que seríamos obrigadas a convidar um bloguista do sexo masculino para satisfazer a lei da paridade? Ai amiga, isso é que não!

29.3.06

Maçãs verdes


daqui

(Li algures, não sendo capaz de precisar qual o seu autor)


"Um amigo é o lugar da terra onde as maçãs verdes são as mais doces."



Tenho esta frase guardada na memória.
A sua simplicidade revela-me uma complexidade tamanha.
Já a coloquei à apreciação de várias mentes, na procura de um entendimento, se é que ele pode ser descrito em palavras.
Se conseguirem partilhem-no comigo.
Decidi não partilhar o meu, para já, evitando o risco de vos limitar...
Surpreendam-me!!!

28.3.06

Na minha sombra


de EmparaLeLo

Olho a minha sombra e tento entender o que perdura. Somente os contornos do meu corpo coberto pelas minhas vestes diárias. Tal como a sombra daquelas pedras no caminho. Sinto-me despida. Dos meus pensamentos, dos meus sentimentos e até mesmo de todos os sinais que abundam em mim. Como as tais pedras de que falo. Só resta uma linha que quase nem me define. Serei eu ainda?

26.3.06

MOCKBA, Я ЛЮБЛЮ ТЕБЯ!


Faz hoje um ano que aqui estive. E fui muito feliz...




Havia passado muito tempo desde o
nosso último encontro. Decidira ir para muito longe, muito longe mesmo. Sempre gostei da aventura. E esta seria A minha aventura. Encontramo-nos a meio desta minha viagem, a meio dos dias e de todos os quilómetros que me separaram de mim mesma. Trouxeste-te a ti, um pouco de mim, a minha língua, o meu cantinho distante. Moscovo foi o meu porto naquela semana.



Vivemos muitas emoções. Foi estranho reconhecer-te, abraçar-te, beijar-te. Para uns minutos depois mergulhar no teu corpo, sempre meu, igual a como o havia deixado, do modo como sempre o imaginara. E partilhei contigo e por uns escassos dias a minha aventura.



Lembro-me de ler em voz alta as placas das ruas enquanto íamos para o centro de autocarro e tu a não acreditares que eu as lia de verdade. E lia, mas quase não as entendia. E de entrarmos pela primeira vez nas esplêndidas estações de metro, O Palácio do Povo, e estacionarmos em frente à placa que nos indicava os sentidos sem sabermos qual o rumo a seguir. Lembro-me de termos em frente a nós o Kremlin e a Praça Vermelha e sentirmos que seria ali o começo de um reencontro dos nossos passados. E de todos os dias voltarmos sempre ao centro da Praça como se houvesse sempre alguma coisa que ficara por admirar. E das ruas que andamos. Estranhas para ti, sem nada de diferente para mim (era só mais uma das que eu percorria todos os dias). E da neve a cair sobre nós enquanto caminhavamos, e do gelo que se acumulava há mais tempo que o dia em que me viras partir. De corrermos todas as estações de metro para olharmos a sua beleza, de fazermos a rota dos edifícios Estalinistas, de regatearmos o preço das matrioshkas (“boneca, bonita e barata”, lembras-te?), de entrarmos em mais uma igreja para ver mais uma imensidão de ícones, …, para depois irmos ao tal restaurante e eu lambuzar-me com aqueles pitéus nos quais nunca lhes reconheceste um sabor agradável. E de, finalmente, já pela noitinha, corrermos para apanhar o autocarro e adormecermos até chegarmos à porta do nosso quarto. E todos aqueles lustres, desde os do Bolshoi, aos do Palácio do Povo, até mesmo os daquele supermercado que descobrimos na Tverskaya, iluminaram aquela partilha de paixão, de descobrimento, de conhecimento, acalmando a angústia da inevitável separação.




No passeio, à porta do meu terminal, dizia-te adeus enquanto o autocarro te levava para longe. Comigo só ficou aquela lágrima que teimou em escorrer. Levaste de volta tudo o que me havias trazido. Eu continuei a ouvir a Rússia cantar.


música: Alexander Alexandrov
letra: Sergey Mikhalkov

todas as fotos de EmparaLeLo

24.3.06


daqui

Não existe o esquecimento total: as pegadas impressas na alma são indestrutíveis.
(Thomas De Quincey)

23.3.06

E salta Baía, e salta Baía,,,,Olé


da net

Não resisti...
Depois de ter assistido ao duelo de gigantes, Baía/Ricardo, não podia deixar de dizer: BAÌA ÉS O MAIOR.

22.3.06

estórias de uma vida igual a tantas outras


O Pedro e eu terminamos. Ainda gosto muito dele, mas isso não basta. O amor é tudo quando vivemos numa redoma. E isso pode durar dias, semanas, meses até. Mas há um dia em que nos apercebemos que no mundo não estamos só os dois, que o nosso mundo não é feito unicamente dos momentos que escolhemos partilhar. Há todo um quotidiano que outrora construímos e que nos faz ser quem realmente somos. E esse quotidiano não pode morrer. Pode adormecer por momentos, até ao dia em que temos de voltar ao ser que deixamos lá fora, fora das quatro paredes deste nosso quarto. O Pedro não quis percorrer comigo as ruas desta cidade. Percebi isso hoje. Daí ter aceitado serenamente a separação.


Triiim...
"Está?"
"Olá Mariana. Logo à noite há bolinho cá em casa. Apareçam."
"Err…" Mas a chamada termina.


Decidi percorrer estes dias lentamente. Passar tranquilamente as tardes de domingo em família. Aninhar-me no colo dos amigos. Hoje é sexta-feira. Estou cansada da semana que passou. Mas mesmo assim aceito o convite da Andreia. A Beatriz, a Catarina e a Diana também vão lá estar. E eu preciso das palavras delas. Já gastei as minhas.

Triiim...
É uma da tarde de segunda-feira. A campainha da fábrica toca. Catarina bate à porta do gabinete da Eunice. Só têm uma hora para almoço. E às segundas é sempre apertado para tudo o que se quer conversar. "No sábado a Mariana apareceu sem o Pedro. Achamos estranho. Talvez ele tenha tido compromissos, mas nem arriscamos perguntar. Sabes de alguma coisa?" "Não. O Fernando não me disse nada. Mas sabes bem como os homens são. Nem reparam nessas coisas. E mesmo que o Pedro lhe tenha dito alguma coisa, provavelmente nem se lembrou de me contar."


Este fim-de-semana resolvi não sair de casa. Já passaram duas semanas e começo a sentir a falta dele. De chegar à sexta-feira e pensar qual será o restaurante eleito. De passar o sábado à tarde aconchegadinha nos seus braços. Decidi faltar ao café. Na semana anterior foi estranho. O pessoal pareceu-me distante.

Triiim...
"Olá Joana. Dá-me o número de telefone da tua esteticista. É que a minha meteu férias."
"Férias no Inverno, Diana?”"
"Deve ter ido para um daqueles destinos tropicais. Sai mais barato nesta altura e sempre pode vir a pavonear-se com o seu bronze."
"Tens tido notícias da Mariana?"
"Parece que aquilo terminou mesmo. Ela nem tem aparecido."


Passou-se um mês. Chego tarde a casa e invento qualquer coisa rápida para comer. Não faz sentido saborear sozinha aqueles petiscos que adorava inventar só para ele. Arrasto-me para o computador onde passo o meu serão. Sinto-me só.

Triiim...
"Olá gaja. Que tal uma noite de compras?"
Quarta-feira, 21:30. Beatriz e Helena resolvem descomprimir a meio da semana. E não há melhor que uma noite no shopping. "Tens falado com a Mariana?" "Encontrei-a na semana passada lá perto do escritório. Fomos lanchar. Tinha um olhar triste. Mas só conversamos sobre a viagem que eu e o Guilherme estamos a planear fazer no Verão."


O Ivo convidou-me para ir tomar café. Surpreendeu-me. Eram um hábito os nossos cafés a três. Mas sempre senti que o meu lugar ali era o da namorada do amigo. Hoje vejo que o Ivo até gostava da minha companhia. Estivemos juntos cerca de três quartos de hora em grande cavaqueira. Voltei para casa a sorrir. Talvez esteja a ser demasiado negativa. Talvez não esteja a saber contornar a minha solidão.

Triiim...
"Então paneleiro? Já nem apareces. Deves andar muito ocupado com as gajas."
"Não Ivo. Isto até anda muito calmo."
"Olha, vais à festa da Joana? Parece que aquilo vai ser em grande."
"Não, pá. Não vai dar para aparecer."
"Ó gajo, não te preocupes. Está tudo controlado. A cachopa não vai estar lá."


Os dias continuam a passar. E se há dias em que não penso nele, outros há que agonizo. Choro até ficar um pouquito melhor. Deixei de ir ao café onde nos reuníamos ao sábado à noite. Vinha sempre de lá com um vazio. Ia à procura de uma mão e voltava só com as minhas duas, e sempre as minhas duas. Até que neste último domingo decidi voltar a provar os bolos deliciosos da Andreia. Estavam lá todos: a Beatriz, a Catarina, a Diana, a Eunice e o Fernando, o Guilherme e a Helena, o Ivo (o único com quem continuei a tomar aquele café rápido e descomprometido) e até a Joana. Só faltava o Pedro. Mas já me habituei à sua ausência. Notei uns olhares de cumplicidade entre eles. Senti que todos eles partilhavam a minha dor em silêncio. Devem ser bons amigos. Não encontro outra razão para gastarem o seu tempo a falar de nós, da Mariana e do Pedro. E parece-me que o fazem. Entre eles, só. A única coisa que estranho em tudo isto é o meu telefone ainda não ter tocado…

21.3.06

A invenção do amor


Gustav Klimt, O beijo

Em letras enormes do tamanho
do medo da solidão da angústia
um cartaz denuncia que um homem e uma mulher
se encontraram num bar de hotel
numa tarde de chuva
entre zunidos de conversa
inventaram o amor com carácter de urgência
deixando cair nos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana

Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e
fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio A descoberta A estranheza

de um sorriso natural e inesperado


Não saíram de mãos dadas para a humanidade diurna

Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente

embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta

de um amor subitamente imperativo


Daniel Filipe
A invenção do amor

20.3.06

Anúncio da Primavera


Sandro Botticelli, Primavera

A minha vida está feita de noites,
de lágrimas de estrelas, de luas
frias e silenciosas.
Como um anjo das trevas
se acostumaram os meus olhos às ruas
escuras, à penumbra dos bares,
à luz, de néon, artificial.
Gentes, recém chegadas da tarde,
asseguram que voltou a Primavera
e no meu roupeiro só existem trajes negros,
pressentimentos negros,
máscaras de amargura.
Senhora dos Céus Luminosos,
quando não for um maldito
farei umas asas
- como Ícaro -
e tentarei voar até ao sol.


Javier Salvago
Anuncio de Primavera

(traduzido por 6to100tido)

O que aconteceu?


de EmparaLeLo

Acordo sem o contorno do teu rosto na minha almofada, sem o teu peito liso e claro como um dia de vento, e começo a erguer a madrugada apenas com as duas mãos que me deixaste, hesitante nos gestos, porque os meus olhos partiram nos teus.
E é assim que a noite chega, e dentro dela te procuro, encostado ao teu nome, pelas ruas álgidas onde tu não passas, a solidão aberta nos dedos como um cravo.
Meu amor, amor de uma breve madrugada de bandeiras, arranco a tua boca da minha e desfolho-a lentamente, até que outra boca - e sempre a tua boca - comece de novo a nascer na minha boca.
Que posso eu fazer senão escutar o coração inseguro dos pássaros, encostar a face ao rosto lunar dos bêbados e perguntar o que aconteceu.

Eugénio de Andrade
Primeiramente

19.3.06

Pai


da net

Um dia feliz
Para todos os que, de olhos postos nesta foto, recordam a magia destes momentos.

17.3.06

Enquanto o Louvre está fechado...





Vês amiga, tal como sempre desejaste: um blogue sério onde em cada post se transmite um sentimento, um pouco de ciência, um naco de cultura...
Aposto que muito
s dos nossos leitores (Sim, muitos! Já devemos ter para aí uns 4 ou 5 e isso já é alguma coisa.) visitou Paris e o seu grandioso Louvre. E até já viu aquele nico de quadro onde toda a gente se acotovela para a magnífica foto. Mas nem todos terão tido a oportunidade de ver os bastidores desta grande obra. Qual Robert Langdon no seu Código Da Vinci.

Ei-la aqui na realidade dura e crua. Porque gaja que é gaja também sabe perder a pose.


Aqui fica a última delícia...

recebidas por e-mail
( se não clicarem nas imagens, não tem graça nenhuma!)

15.3.06


Salvador Dali, Menina à Janela


Olho

E não te vejo chegar
Estou na janela
de onde te vi partir

De sorriso no rosto
Fecho os olhos
e vejo-te
dizer adeus

Que saudades
me traz esta imagem...

13.3.06

Hoje sinto-me assim...


da net

12.3.06

Porque hoje é domingo...

10.3.06

Amor em 90%







Naquelas conversas de café onde se fala de tudo e ao mesmo tempo de nada, onde o trabalho é assunto predominante, e de trabalho passamos para a falta dele, e de desemprego para o estado da nação, e de política se passa logicamente para o não fazer nada, e do não fazer nada para o ouvir música, e da música para o amor... sim, dessas conversas de café onde se entrelaça tudo o que não combina, mas naquele instante nos parece coerente. Tipo este monólogo. Dizia eu então que numa dessas conversas alguém disse que ouviu dizer que 90% das letras das músicas falam de amor. Curioso.


Sinto-me em harmonia. Este blogue parece uma canção...

9.3.06

Asas


da net

Eu sempre digo que é preciso dar o salto e construir as asas durante a queda.
Desde o momento em que dei o salto, para um mundo só nosso, tenho as asas em construção.
Agora, sinto-me em queda livre. As asas, não têm forças para bater, e o vento leva-me de encontro ao teu mundo. Aí, onde me sinto forasteira, onde olho para ti e não te vejo, onde não te reconheço.

Receio que te tenha inventado...
Receio que o vento sopre cada vez mais forte...
Receio que não voes de volta...


Ainda assim,
Continuo a construi-las,
Não sabendo para onde me levam.

8.3.06

Mulher

Hoje não é um dia especial. Para elas, especiais deveriam ser todos os dias. Então, porque hoje também é um dia especial...


de olhares

Os teus olhos
acenderam os meus olhos
e os teus dedos
modelaram o meu rosto.
Foi no dia em que disseste:
estou contigo.

Agora,
persigo a tua estrela;
agora,
tu
segues a minha.

E é de pedras o caminho,
é de pedras
essa estrada que nos leva
ao litoral-

onde o homem não é
tigre do homem
e onde a fome foi
morrendo à míngua.

Diz-me agora que sim,
companheira,
diz-me que hei-de contigo
ver o mar,

que no mar
um dia
te hei-de amar.

João Pedro Mésseder

7.3.06

enquanto te espero... (II)


de EmparaLeLo

Procuro os momentos de calma que passámos. Talvez eles tranquilizem esta impaciência. Olho a água e os barcos que nela repousam. Também estou estática. Até quando? Não sei. Tento aproveitar todos os raios de sol, todas as brisas da lua. Sei que quando te encontrar não vou sentir o quente do dia, a aragem da noite. E também sei que nem vou lamentar essa carência. Mas eles agora são-me importantes. Acompanham-me, acariciam-me. Enquanto te espero...

6.3.06

Este Farpas é bestial!








Pois é. Depois de uma ajudinha a todos os bloggers, aquando da iniciativa da Isabel, em que ensinou-nos a dar música, eis que o nosso Farpas responde ao meu grito de socorro e dá-nos umas dicas para modificar esta casa. Com as suas curtas e claras explicações, acompanhadas da formatação da imagem, mudou-nos o cabeçalho lá de cima. O resto foi o trabalho de uma aluna atenta e perspicaz ;)


Amiga, espero que gostes do que consegui fazer até agora. Por hoje chega. Estou cansada. Já sei que vais pedir para mudar este castanhinho aqui das laterais, para aumentar o tipo de letra, e tudo, e tudo, e tudo... Mas tu bem sabes que eu não entendo nada de html e tu nem sabes o que isso é!? Assim, fiquemos felizes com o que já alcançámos.


A ti Farpas, contamos contigo. E espero que não te importes se o resultado deste post for uma enchente de mails no teu correio electrónico. Há coisas que não podem ficar só para nós. Não seria justo.

3.3.06

"E quando olhamos para a frente..."


de 1000imagens

"Quantas vezes, olhamos para trás e perguntamos se valeu a pena.
E quando olhamos para a frente, será que nos perguntamos, se podemos fazer com que valha a pena?"

Escreveste esta frase no meu livro das citações.
Ao lado desta, uma muito mais importante…
Hoje quando as leio, sinto um vazio.
Esta, não a segues…
A outra não a sentes…

Eu, desde que a ouvi que decidi segui-la,
Talvez por isso, tenhas parado de me seguir.
DA AMIGA...

2.3.06

Partiste


de EmparaLeLo

Vejo-te partir. Os meus olhos fixam o horizonte tentando manter eterna a tua última imagem. Deixo-te ir. Foi essa a tua vontade. Não foi a minha.


Não tenho lugar nessa viagem. Nunca virei a ter. É só tua. Levas nesse barco tudo o que necessitas. Toda a alegria que te alimenta, toda a aventura que te consome. Não foste sozinho. Foste sem mim. Eu fiquei só.


Guardo comigo o sabor do último beijo, a leveza do último toque. Com a esperança de uma volta inundada de desejo. Sei que irás voltar. Talvez tragas saudade. Talvez tragas a vontade de novamente partires. Receio-o. Mas mesmo assim deixei-te ir.


Partiste. Eu fixo o infinito.