8.4.06

Renascer


de EmparaLeLo

Sim amiga, já estão secos os ramos. Durante meses cuidaste dela diariamente. E todos os dias sorrias pela nova folhinha que teimava em desabrochar. Mas o Inverno chegou. Ela viu-se desamparada. Sem ninguém a rodeá-la, a protegê-la. Tentou vingar. Mas o vento era demasiado forte e soprava de todos os lados. E refúgio, nem vê-lo. Deixaste de a regar. Não necessitava, a água era bastante. Abrias os braços, tentavas esticá-los mesmo muito, mas nunca chegaram a ser grandes. Sim amiga, já não têm seiva, os ramos.

Mas olha, agora que não há folhas, consegues ver lá ao longe o sol a nascer? Nunca havias reparado nele, pois não? Ela não permitia que os seus raios trespassassem até aos teus olhos. E olha ali o chão. Não te parece uma plantinha a nascer? Talvez não seja. Talvez sejam somente os meus olhos a quererem ver. Ainda é cedo amiga. O dia só agora despertou. Vamos esperar só mais um pouquinho. E vais ver que estou certa.

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