4.4.06

Um só


de EmparaLeLo

Aqui seremos só tu e eu. Os teus olhos percorrem o meu corpo aproveitando o rasgo de luz que penetra pela fenda da rocha. Fixo-te com o meu olhar. Agarras um pedaço de neve e exploras o teu caminho. Sinto-o quente. Derreto-o. Estática, sigo as tuas mãos e vejo-o desaparecer entre os teus dedos. Deslizas agora desenvoltamente sobre o meu corpo húmido, macio, sereno. E, como se não bastasse, queres saber qual o sabor do momento. Com calma e ternura. O tempo deixou de existir. Segues o feixe de luz que me visita, escorregas as tuas mãos, saboreias o momento. Até nos tornarmos num só.

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